sábado, 22 de maio de 2010

Eu tive um sonho. Conto 1.

     - Ao dormir, viajando comigo, por longos momentos, pensei tanto sobre um tanto, nas constelações, planetas, no universo, meu universo, seu universo, nos atos, nas atuações, na respiração, na falta dela, no olho, no olhar, nas formas e na forma, em especial a sua e mais um montão de fatores que eu nem me lembro bem.
     - Eu fiquei pensando quando um dia me disseram que para sonhar com alguem era só focar sua atenção nessa pessoa e ficar pensando nela até durmir, e deu certo, funcionou, acabei sonhando com você.
     - Eu tinha medo de te perder, eu tinha medo de jamais de encontrar mas todo mundo já está cansado de saber que eu sou um grande medroso, é isto que sou, eu sei disso.
     - Como assim? Você quer que eu conte todo o sonho agora? É, a gente pode ir para um café bar, boa idéia.
     - Um mocaccino, pode ser.
     - Eu lembro que eu tinha medo de ir embora, mas eu tinha que ir e eu sabia que dali em diante eu ia perder você, eu tinha um terrivel pensamento de que jamais receberia seu afago.
     - Eu chegei e lá estava você, tomando teu café, lá no canto de um café bar, tão longe de corpo mas tão perto de alma. (Toma o café)
     - Pedi meu café e fui falar com você, sentei a sua frente e tirei da bolsa um pequeno pote, ele continha um filme que acabara de comprar para minha câmera analógica, logo resolvi te fotografar, queria que aquele momento fosse eterno, quando eu olha-se para a foto após revelada sempre iria lembrar dele, so seu olhar quando estava entrando no recinto. Naquele momento você não só parecia, depois que tirei a primeira foto notei que você era, a modelo perfeita que precisava para a sessão de fotos. Discreta com um toque indiscreto, timida e charmosa, louca e como todo louco, genial.
     - Garçon, por favor, me tras um pedaço daquele petit de chocolate? Merci.
     - No sonho eu já sabia tudo sobre você, como se fossemos velhos amigos que encontravam por acaso em lugares aleatórios sem que marcassemos um unico encontro. Nossas conversam aconteciam naturalmente e nada era tão forçado, eu achava tudo isto o máximo para o meu ser.
     - Sim, eu pedi só um pedaço, não sabia se ela queria. Você quer não é? Pode Trazer outro. Merci.
     - Desculpe, estava focado no sonho. Alias, aonde tinha parado?
     - Ahhh, sim, eu tinha te fotografado, tinha te encontrado nas fotos. Depois que eu começei com as fotos naquele lugar eu tava totalmente focado em guardar seu modo, atos, jeito, sorriso, tudo que coubesse no filme. (Come o petit)
     - Eu não sei, realmente fiquei sem saber o porque que eu pensava que jamais veria você. Acho que estavamos mudando um pouco, talvez não enfrentariamos mais os mesmos ambientes, devia ser mais ou menos isto... Nunca vou saber, vou só um sonho, você que é a protagonista, acho que conseguiria dizer mais do que eu... Não?
     - Hahahaha, verdade, verdade, você vai viajar para França.. Foi daí que eu pensei que você não ia voltar, é a unica explicação. (Termina de comer o petit)
     -Enfin... a questão é que eu não poderia mais olhar pra você e que você não era minha, nem queria ser, não até aquele momento em que tivemos a nossa maior conversa. Tinhas um medo de mim por parecer estar sempre te perseguindo, como o Stalker de Andrei Tarkowki. Você só tirou essa ídeia da cabeça quando realmente papeou comigo.
     - A gente tomou café, falou da vida...
     - Poxa, que demora para trazer um pedaço de bolo? Alias, uma coisa engraçada sobre esse bolinho, só por que ele tem nome Francês faz o parecer mais importante e mais caro, é uma palhaçada. Não, não quero mais nada não, obrigado.
     - Então, agente tomou o café e discutiu sobre a vida e a morte, o tudo e o nada e ao termino da xícara você foi embora me deixando na mesa.
     - É verdade, eu sempre penso no tudo e no nada...sempre e nunca. Ha!Ha!Ha!Ha!
     - Aí eu olhei para a porta e vendo você sair eu percebi que estavas me esperando, neste momento eu notei que aquele dia seria o primeiro dia que você seria minha de verdade.
     - É, eu sei disso. Mas você me conhece, sabe que sou frenético e louco.
     - Tambem sei disso, mas gosto de sentir os detalhes, para mim é o melhor, sempre.
     - Não sei o que aconteceu depois, foi só isso, quando agente saiu depois que eu pagei a conta a imagem começou a se desfragmentar, acho que nessa hora ia vir os créditos do nosso curta.
     - Ha!Ha!Ha!Ha!Ha! Tambem pensou que daria um filme?
     - A vida é um filme Honey Bunny, e foi nele que eu aprendi a te amar.
     - Que bom que tambem me ama.
    

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