sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mas...

     Qual conexão entre o real e o imaginário?
     Não sei... talvez, no dia que eu conseguir descobrir... talvez, criarei uma teoria... umas teorias...é.. teorias, isso! vou criar sim.
     Pois bem, hoje, quando estava trabalhando, realizando minha pesquisa de campo para coletar dados, um saudoso senhor, de estatura baixa, com olhos cansados mas com seu azul eterno, me parou e me disse:
     Bona cera!... você sabe o que isto significa?
     Eu... fiquei estático... pensando no que seria, no que aquilo significava e disse: é boa tarde! não é?
     O senhorzinho me disse com sua voz cansada: - Não... é bom dia!
     Logo retruquei: - Bom dia??? mas e boun giorno? Não é bom dia?
     Logo ele parou e pensou: -Não... Boun giorno é boa tarde.
     Mas, denovo insisti: -E boa noite, como é? Buon pomeriggio? aonde se encaixa?
     Logo, ele ficou meio confuso, e sem saber o que dizer disse que era boa noite...
     Depois disso, eu tambem fiquei confuso... Devia voltar ao trabalho, ao real, ao sério, mas... O meu imaginário estava se divertindo tanto nessa hora que, como seres, humanos, começamos a dialogar...
     Ao fim da conversa aprendi algo certo, que "A presto"  significa até logo.
     Mas... antes do senhorzinho se despedir ele me contou uma breve e ao mesmo tempo longa história, (bom, breve e longa porque na hora parecia que iria durar horas, porem acabou sendo rápida) sobre uns amigos dele, que vivem rindo quando ele fala essas pequeninas palavras em italino.
     Toda uma parte do seu real dentro de sua mente, foi, saindo, assim, com tanta clareza que por um momento pensei que já conhecia ele deveras. É vera que o que ele me ensinou eu já sabia (pelo menos pensava que sabia), mas saindo da boca de um ser tão cansado, tão vivido, sofrido, em um tom tão simples, me deixou perplexo. Ele tambem me contou uma outra história sobre um local aonde ele tinha trabalhado, etc e tal.  Mas, eu não estava prestando tanta atenção assim. Minha mente parecia bloquear tudo, não entender nada, não compreender nada. Por que, qual seria a razão? O que minha subjetividade estava fazendo nesta hora? Tudo aquilo era vida! vivida! falava! e eu? aonde estava? Não sei., nunca vou saber. De repente o velhinho disse: não há nada como ter amigos na vida.
     Mas como? A menos de 24 horas eu estava pensando exatamete isso! Que senhorzinho! Que palavras! Fiquei surpreso,confesso, não imaginaria que ele falaria algo tão assim, simples e por hora necessário para meus ouvidos, ora essa, ele nunca tinha me visto.
      O pai dele ensinou tanta, tanta coisa a ele, pensei eu com meus botões... É, acho que tambem quero ser pai, é, talvez... Talvez eu ensine essas palavras em italiano para meu filho... Quem sabe um dia isso não aconteça? 
     Quando o "eu" que vos fala não estiver mais aqui, talvez meu filho, um senhorzinho simpático, cansado e dos olhos azuis, poderá abordar um desconhecido pela certeza, pelo seu saber e em minutos criar um grau de parentesco com aquele ser pela descendencia, na tentativa de conseguir, assim como aquele "nonno" conseguiu, tocar meu ser, me humaninzar um pouco mais! Só aí entenderemos que todos somos iguais, mas  ao mesmo tempo diferentes, que estamos conectados mas eventualmente desconectados e que tudo não depende só do espaço mas como tempo e tambem do lugar.
     E agora, talvez, talvez, é, talvez eu tenha descoberto que o resultado entre o tudo e o nada são uma soma  entre dois produtos, o real e o imaginário.
     Mas, e a entre o real e o imaginário? Qual seria a conexão?

Um comentário:

  1. isso tudo é matrix ou vivemos na ilha d losta, impossivel desvendar os segredos da humanidade.

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